Dia de Campo 2.023

Apresentação dos híbridos

Palestra: Monitoramento e controle de javalis na região

Palestrantes:
Felipe Pedrosa: Ecólogo e Diretor Executivo da Mão na Mata.

Paul F. Colas-Rosas: Biólogo, Mestre em Zoologia pela Unesp – Rio Claro, Pesquisador e Coordenador de Projetos pela Biophilium Consultoria Ambiental.

Algumas novidades em tecnologia para o cultivo de milho:

O uso de cultivares transgênicas que possuem resistência a insetos, tolerância a herbicidas ou ambas as características, que podem reduzir os custos com defensivos e o impacto ambiental.

A aplicação de biotecnologia para melhorar a qualidade nutricional, industrial e comercial do milho, como por exemplo, o milho com alto teor de óleo ou de amido ceroso.

Dia de campo de Milho 2021 (sem campo)

É fundamental o papel da agricultura no desenvolvimento do país, atuando como fornecedora de alimentos para a população, ou como vínculo com o mercado externo, com ênfase na balança comercial e nas contas nacionais, ou como vetor de ocupação do território e produção de novos espaços econômicos.

Neste momento de grandes incertezas, é fundamental estarmos nos alicerçando para adquirir novas tecnologias, bem como nos aprimorarmos nas existentes.

As parcerias com órgãos comprometidos com o tema, é de suma importância para o desenvolvimento agrícola.

A pujança da agricultura contemporânea está fundamentada na ciência, na capacidade empreendedora dos agricultores e na capacidade dos profissionais que dedicam à assistência técnica.

Mesmo em momentos difíceis como o que estamos passando, como todo ano, realizamos o ensaio e resultados foram apurados pelo Grupo de Plantio Direto (GPD) da Faculdade de Agronomia da Unesp de Botucatu e estão disponíveis abaixo.

Infelizmente ainda não pudemos nos reunir para fazermos o dia no campo, com palestra e a apuração dos resultados no dia.

Normalmente, convidaríamos todos para visitar o campo, assistir uma palestra, compilar os dados na hora, almoçar e divulgar os resultados. Em 2022, faremos. Por hora fiquem com os resultados compilados pelo GPD.

Resultados de todos os dias de campo já realizados.

Operador Fernando (colheitadeira) e operador Reginaldo na retroescavadeira.
Acompanhamento do peso.
Verificação de umidade

Pulverização com veículo aéreo não tripulado (VANT) no manejo fitossanitário na cultura da soja

Pesquisador Responsável: Prof. Dr. Carlos Gilberto Raetano
Aluno Responsável: Danilo Morilha Rodrigues


Instituição Sede: Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA), Botucatu/SP. Departamento de Produção Vegetal.

Resumo

A agricultura tem evoluído e diversas tecnologias são desenvolvidas para a produção de alimentos de forma sustentável. Os veículos aéreos não tripulados (VANTs) na aplicação de produtos fitossanitários podem proporcionar redução no custo de produção e ao mesmo tempo obter resultados eficientes no controle de agentes nocivos à cultura. Assim, o objetivo da pesquisa será avaliar o potencial de uso de um VANT (drone) para a pulverização de produtos fitossanitários na cultura da soja.

Serão realizados três experimentos, com o intuito de caracterizar a qualidade da pulverização e também avaliar a eficácia da pulverização com essa tecnologia no manejo fitossanitário na cultura da soja.

Os tratamentos utilizados nos experimentos 1 e 2 serão constituídos por duas taxas de aplicação (70 e 120 L ha -1 ) em pulverização terrestre, e outras três (2,5, 5 e 10 L ha -1 ) por pulverização aérea com drone, além de uma testemunha.

Os tratamentos utilizados no experimento 3 serão constituídos por 3 alturas de voo do drone (3, 4 e 5 metros). Em todos os experimentos será realizada a avaliação quantitativa da pulverização e também de deriva. Para isso será utilizado um marcador cúprico para avaliação do depósito da pulverização em alvos artificiais distribuídos nas parcelas e a mensuração desse marcador por espectrofotometria. Para avaliar a deriva, alvos artificiais serão alocados no entorno das parcelas utilizando o mesmo elemento marcador.

Nos experimentos 1 e 2 também será realizada a avaliação da eficácia das pulverizações no manejo fitossanitário, para isso será realizada a aplicação do herbicida glyphosate na dose de 1240 g e.a. ha -1 quando a cultura estiver no estádio V4, e o controle de plantas daninhas avaliado aos 7, 14, 21 e 28 dias após a aplicação (DAA).

Também será realizada a aplicação da mistura fúngica comercial a base
de estrobilurina + carboxamida para o controle da ferrugem Asiática da soja (FAS), na dose de 333 g L -1 e 167 g L -1, respectivamente, com uma aplicação no final do estádio vegetativo/início do estádio reprodutivo, e outra aos 15 dias após a primeira. A avaliação da doença será realizada semanalmente pela contagem das estruturas fúngicas com o auxílio de microscópio estereoscópio. Os dados obtidos serão submetidos e análise de variância pelo teste F e as médias comparadas pelo teste Tukey (P<0,05).

Drone sendo preparado para o voo e alunos da Unesp ao fundo preparando os papeis filtro para fazer a avaliação da aplicação.
Drone iniciando a aplicação.

Avaliação do efeito de produtos contendo substancias húmicas no desenvolvimento e produção de milho e soja

Protocolo de ensaio FCA – UNESP
milho e soja – safra 2019/2020

Prof. Dr. Roberto Lyra Villas Bôas
Dra. Camila Paula Rossetto Pescatori Jacon
Dra. Silvia Capuani

Proposta de experimento

Protocolo para experimentos a serem conduzidos com as culturas de milho e soja, na safra 2019/2020, em área de produção comercial, na Fazenda Santa Fé, em Pardinho – SP, avaliando o efeito de produtos contendo substancias húmicas no desenvolvimento e produção da cultura.

Será utilizado delineamento em blocos ao acaso com 4 repetições, sendo avaliados 14 tratamentos, totalizando 56 parcelas. O tratamento 1 será a testemunha, os demais receberão produtos à base de sustâncias húmicas aplicados no sulco ou impregnados ao fertilizante de plantio.

O experimento será implantado na época da “safra”, entre os meses de outubro e novembro de 2019.

Todos os tratos culturais: adubação em cobertura, aplicação de defensivos agrícolas, controle de plantas invasoras, etc., serão realizados conforme recomendação técnica adequada para a cultura, compatível com produção em média/alta tecnologia e relatados no relatório final.

Antes do preparo da área para instalação do experimento, será realizada análise de macro e micronutrientes do solo da área na profundidade de 0-20 cm e de 20-40 cm, além da análise física para determinação da textura.

No momento da demarcação do experimento, antes da aplicação dos tratamentos e plantio, será realizada coleta e análise do solo de cada parcela (56 parcelas). Dessa forma será possível verificar a fertilidade do solo em cada uma das parcelas do experimento.

Durante o ciclo de desenvolvimento da cultura de milho, serão datados os estádios fenológicos VE e R1.

Serão realizadas as seguintes avaliações:

  • V(B)2: Contagem de estande: Contagem do número de plantas nas duas linhas da parcela útil,
  • calculando-se, em seguida, o número de plantas/metro linear.
  • R1: Avaliação do índice de cor verde: Serão avaliadas as plantas de milho em 1 m em cada linha
  • da parcela útil, sendo realizadas 3 leituras/planta. Calculando-se, sem seguida, o valor médio para
  • cada parcela.
  • Produção: Será realizada a colheita de todas as plantas da parcela útil. Será determinada a massa
  • de grãos, massa de 1000 grãos e umidade dos grãos colhidos.

Liberação de Telenomus Podisi com drone para controle de Percevejo marrom Euschistus heros na cultura da soja

Objetivos

Avaliar qual método de controle de percevejo marrom é mais eficiente: liberação de telenomus podisi manualmente, por drone ou o manejo convencional (com inseticida)

Fundamentação teórica

O manejo do percevejo marrom, Euschistus heros,  na cultura da soja tem sido umas das principais preocupações do agricultor nos últimos tempos. Os prejuízos resultam da sucção de seiva dos ramos ou hastes e de vagens, limitando a produtividade e a sanidade da soja. Também injetam toxinas, provocando a “retenção foliar” além de causar desordens fisiológicas. Em fase inicial de cultivo, os ataques podem causar abortamento das vagens e retardar a maturação dos grãos. Já ataques no seu período mais suscetível (R3- 7), ao atacar as vagens, pode haver redução do peso e tamanho de grãos. Os grãos também ficam enrugados e chochos, apresentando coloração arroxeada a enegrecida. Também pode haver danos na qualidade devido a alterações nos teores de proteína e de óleo no grão. Assim, após a venda da produção penalidades financeiras poderão vir acontecer por parte da indústria devido aos grãos escurecidos ou sujos que dificultam o beneficiamento e produção de óleo. Estima-se que na colheita os grãos atacados apresentam peso 40% inferior ao sadios implicando em perdas de até 10 sacas de soja por hectare.

Figura 1. Ciclo de vida do percevejo marrom, Euschistus heros. Fonte: G. Rosa, 2012.

Na soja, o percevejo-marrom normalmente completa três gerações. No outono, inicia a procura por abrigos sob a palhada, onde permanece até o próximo verão. Durante esse tempo, o percevejo acumula lipídios e não se alimenta, permanecendo num estado de hibernação parcial. Nesse estado, essa espécie pode passar cerca de sete meses do ano sob extrato vegetal na superfície do solo no entorno das lavouras de soja. O adulto apresenta coloração marrom escura, com dois prolongamentos laterais do pronoto, em forma de espinhos. No verão, geralmente, os insetos apresentam espinhos mais longos e mais escuros, comparados com os adultos coletados no inverno, que são de cor marrom-avermelhada e com espinhos pronotais arredondados. A longevidade média do adulto é de 116 dias. Apesar de iniciarem a alimentação no segundo ínstar, as ninfas do percevejo-marrom causam danos às sementes apenas a partir do terceiro ínstar. Na Figura 1 pode-se vizualizar as diferentes fases do desenvolvimento do inseto.

Para o controle eficaz de percevejo é importante que se utilize diferentes estratégias de controle baseadas no manejo integrado de pragas (MIP), haja vista que somente com os inseticidas não se tem conseguido bons resultados. O controle biológico é um estratégia de grande importância e que vem ganhando destaque no MIP por ser a que menos impacta o agroecossistema. Essa estratégia pode ser utilizado através da liberação de um inimigo natural, aplicação de um produto de origem biológica ou até mesmo conservando a população de insetos que realizam o controle biológico já existente na área. Os parasitoides de ovos são considerados, em vários países, como os principais inimigos naturais dos percevejos sugadores. São reconhecidos, em muitos casos, como os mais importantes agentes de mortalidade desse grupo de insetos. A espécie Telenomus podisi é uma vespa de aproximadamente 1 mm de comprimento, de coloração preta, que se alimenta de néctar. Esse parasitoide oviposita no interior dos ovos dos percevejos. Após serem parasitados, os ovos dos percevejos apresentam alteração na coloração de acordo com a fase de desenvolvimento da vespinha, tornando-se de cor preta próximo à emergência do adulto

Figura 2. Ciclo de desenvolvimento de Telenomus Podisi em ovos de Eushistus heros. Fonte G. Rosa, 2012.

Material e Métodos

O experimento foi conduzido na fazenda Santa Fé em uma área total de 6 hectares divididos em 3 tratamentos de 2 ha cada: liberação via drone, liberação manual e manejo convencional (químico).

Foram feitas 3 liberações (1 por semana), sendo 1 no final do estágio vegetativo e duas no início do reprodutivo. As liberações nesses períodos visou manter a população abaixo do nível de dano econômico evitando o desenvolvimento da primeira geração dos adultos colonizadores. Cada um foi dividido em 4 áreas menores de 0,5 ha cada onde foi avaliado com pano de batida (10 panos por área) a infestação de percevejos.

Para a liberação em drone foram utilizadas capsulas de papelão biodegradável, contendo adultos de Telenomus podisi recém emergido e alimentado. Para liberação manual os adultos foram soltos a partir de uma saco plástico contendo os parasitóides também recém emergidos e alimentados.

Resultados obtidos

Os resultados obtidos mostram que liberações sequenciais de Telenomus podisi pode reduzir a infestação de Euschistus heros na cultura da soja. O número total de percevejos após as três liberações do parasitóide foi menor do que o tratamento geralmente utilizado pelo agricultor, que consiste em controle químico com inseticidas sintéticos (Gráfico 1).

Gráfico 1.

É importante frizar que o objetivo das liberações do parasitóide é reduzir a população da primeira geração de percevejos colonizadores. E levando em consideração que Telenomus podisi é um parasitóide de ovos, o resultado esperado é que se reduza a infestação de ninfas provenientes dos adultos de percevejo marrom que migraram para a soja para iniciar a colonização. O resultado obtido no presente trabalho nos mostra exatamente isso. A população de ninfas nos tratamentos com liberação de Telenomuspodisi, seja via drone ou manual, foi bem menor que na área com tratamento químico

Conclusões

Liberações de Telenomus podisi na cultura da soja provocam uma redução na população de percevejo marrom, podendo ser uma importante estratégia de controle dentro de um programa de manejo integrado de pragas.